Meta Exclui seu Modelo de IA Multimodal do Mercado da UE
A Meta anunciou que não oferecerá seu próximo modelo de IA multimodal — nem futuras iterações — na União Europeia, citando incertezas regulatórias. Segundo uma declaração enviada à Axios, esses modelos são projetados para processar texto, imagens e áudio, aprimorando as capacidades de IA nas plataformas da Meta e em seus óculos inteligentes da Ray-Ban.
"Vamos lançar um modelo multimodal Llama nos próximos meses, mas não na UE devido à natureza imprevisível do ambiente regulatório europeu", afirmou a Meta. Essa decisão ocorre após o anúncio similar da Apple sobre suas funcionalidades de Apple Intelligence na Europa, impulsionado por desafios regulatórios. Margrethe Vestager, comissária de concorrência da UE, criticou a escolha da Apple, descrevendo-a como uma "declaração aberta e surpreendente" destinada a sufocar a concorrência em áreas onde já dominam.
A decisão da Meta de reter seus modelos de IA multimodal da UE pode impactar significativamente as empresas que dependem dessas ferramentas para desenvolver seus produtos e serviços, limitando, em última análise, suas ofertas na Europa. Thomas Regnier, porta-voz da UE, comentou que a responsabilidade recai sobre as empresas para garantir conformidade com as regulamentações da UE, enfatizando que qualquer negócio pode operar na Europa desde que respeite as leis locais, incluindo a futura Lei de Inteligência Artificial.
Apesar dos contratempos em relação à IA multimodal, a Meta planeja lançar o Llama 3, um modelo apenas de texto, na UE. A empresa expressou preocupações sobre as complexidades de treinar modelos de IA com dados de usuários europeus, respeitando o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR). Em maio, a Meta pretendia utilizar postagens disponíveis publicamente no Facebook e Instagram para treinamento, mas teve que interromper essa prática na UE após objeções de reguladores de privacidade de dados.
A Meta defendeu sua necessidade de treinar modelos com dados de usuários europeus, argumentando que a falta de dados comprometeria a compreensão dos modelos sobre idiomas, culturas e tópicos em alta na região. "Se não treinarmos nossos modelos com o conteúdo público que os europeus compartilham em nossos serviços, as funcionalidades de IA que eles alimentam não refletirão com precisão aspectos importantes da cultura local", afirmou a empresa em um post no blog. "Os europeus merecem modelos de IA informados por suas ricas contribuições culturais, sociais e históricas."
Enquanto a Meta se abstém de lançar seus modelos multimodais na UE, ainda planeja lançá-los no Reino Unido, que possui legislação de proteção de dados semelhante. A empresa argumenta que os reguladores europeus são mais lentos na interpretação das leis existentes em comparação com outras regiões.