Artistas Visuais Celebram Avanços em Caso de Direitos Autorais Contra Empresas de IA
Um grupo de artistas visuais teve um impulso significativo em sua ação coletiva de processo contra empresas líderes em geração de imagens e vídeos por IA. Um juiz decidiu que seu caso de violação de direitos autorais pode avançar para a fase de descoberta, permitindo uma análise mais aprofundada das práticas das empresas.
Visão Geral do Caso
Ingressado em janeiro de 2023 sob o número de processo 3:23-cv-00201-WHO, a ação já passou por várias emendas, com algumas alegações sendo rejeitadas, inclusive recentemente.
Artistas Envolvidos
Os artistas em busca de justiça incluem Sarah Andersen, Kelly McKernan, Karla Ortiz, Hawke Southworth, Grzegorz Rutkowski, Gregory Manchess, Gerald Brom, Jingna Zhang, Julia Kaye e Adam Ellis. Eles alegam que Midjourney, Runway, Stability AI e DeviantArt violaram as leis de direitos autorais ao utilizar o modelo de IA de código aberto Stable Diffusion, treinado com suas obras protegidas sem autorização.
Decisão do Juiz
O juiz William H. Orrick, do Tribunal do Norte da Califórnia, determinou que as queixas sobre violação induzida são substanciais o suficiente para o avanço do caso. A fase de descoberta permitirá que a equipe jurídica dos artistas acesse documentos internos das empresas de IA, potencialmente esclarecendo seus conjuntos de dados de treinamento e métodos operacionais. Orrick afirmou: “Este caso alega que o Stable Diffusion é substancialmente construído com obras protegidas, e se isso é um erro ou intencional será examinado posteriormente. As alegações são suficientes para prosseguir.”
Reações dos Artistas
Kelly McKernan expressou sua empolgação nas redes sociais, dizendo: “O juiz está permitindo que nossas reivindicações de direitos autorais avancem! Isso é uma GRANDE vitória para nós. Estou incrivelmente orgulhosa de nossa equipe jurídica e dos colegas demandantes!” Karla Ortiz acrescentou: “Não só avançamos com nossas reivindicações de direitos autorais, mas esta decisão também coloca as empresas que usam modelos de Stable Diffusion em risco de violação de direitos autorais.”
Contexto Técnico e Legal
A ação alega que o Stable Diffusion foi desenvolvido utilizando o conjunto de dados LAION-5B, que contém mais de 5 bilhões de imagens coletadas da internet. No entanto, o próprio conjunto de dados inclui apenas links e descrições, implicando que as empresas de IA tiveram que reunir as imagens reais independentemente para treinar seus modelos.
Resposta das Empresas de IA
Embora os autores tenham avançado, o juiz Orrick rejeitou suas alegações sob a Lei de Direitos Autorais do Milênio Digital (DMCA), que protege contra a elisão de direitos de gestão digital. A Midjourney tentou argumentar que a dependência de elementos “funcionais” de obras anteriores por seu modelo não deve constituir violação de direitos autorais. Os artistas afirmam que o Stable Diffusion emprega uma técnica conhecida como “difusão orientada por CLIP”, que utiliza prompts, incluindo os nomes dos artistas, para gerar imagens. Esta rede neural, desenvolvida pela OpenAI, possibilita a identificação de objetos visuais em conjunto com textos, facilitando a criação de conjuntos de dados de treinamento. Orrick observou que a forma como a Midjourney utiliza os nomes e características dos artistas pode dar credibilidade às alegações dos demandantes sobre violação de identidade comercial, indicando que as práticas da Midjourney podem potencialmente infringir leis de direitos autorais.
Perspectivas Futuras
À medida que o caso avança, será crucial observar como os geradores de arte por IA justificam suas práticas de treinamento e resultados dos modelos. Esta ação judicial histórica levanta questões significativas sobre direitos autorais no cenário em rápida evolução da IA.
Leia a decisão completa.