Recentemente, o Google tem colaborado em segredo com vários publishers para criar conteúdo jornalístico utilizando novas ferramentas de inteligência artificial generativa (IA). Esses acordos, que somam dezenas de milhares de dólares anualmente, fazem parte da Iniciativa Google News (GNI). Essa iniciativa visa fornecer recursos, como programas de educação midiática e ferramentas de verificação de fatos para organizações de notícias, mas o uso de IA generativa para a criação de conteúdo pode gerar controvérsias.
Relatórios indicam que o programa atualmente foca em um grupo seleto de publishers menores, testando como essas organizações com recursos limitados podem produzir de maneira mais eficiente conteúdo agregado. A abordagem envolve indexar reportagens recentes de outras organizações, como agências governamentais e meios de comunicação vizinhos, resumi-las e publicá-las como novos artigos. Embora a compensação exata para os publishers participantes não seja clara, afirma-se que ela está na faixa de cinco dígitos anualmente. Em contrapartida, as organizações de mídia devem publicar pelo menos três artigos por dia, um boletim semanal e uma campanha mensal de marketing utilizando essas ferramentas.
Os publishers envolvidos no programa não precisam divulgar o uso de IA, e os sites que oferecem conteúdo agregado não são informados de que seus materiais estão sendo utilizados para gerar artigos de notícias produzidos por IA. Tecnologicamente, o texto gerado por IA utiliza um sistema de codificação por cores para indicar a confiabilidade de várias seções do texto, ajudando os editores humanos em seu processo de revisão.
O Google declarou à Adweek que está em uma "fase de exploração", visando fornecer ferramentas de IA que apoiem jornalistas, ressaltando que essas ferramentas não foram projetadas para substituir os papéis essenciais que os jornalistas desempenham na reportagem, redação e verificação de histórias.
Embora as intenções do Google permaneçam um pouco opacas, não são a primeira empresa de tecnologia a pagar organizações de notícias pelo uso de suas ferramentas. Esse modelo é semelhante aos acordos do Facebook com publishers em 2016, quando a gigante das redes sociais investiu milhões para promover sua nova plataforma de vídeo, financiando a criação de conteúdo de vídeo ao vivo.