A lacuna de talentos no mercado global continua sendo uma questão urgente, com 9,6 milhões de vagas de emprego nos EUA superando os 6,5 milhões de pessoas desempregadas. Essa disparidade gerou apelos pela qualificação e requalificação das atuais forças de trabalho. No entanto, muitos líderes empresariais enfrentam desafios, como falta de tempo, recursos e financiamento para desenvolver materiais de treinamento eficazes.
De acordo com um estudo recente da Cypher Learning, a inteligência artificial generativa possui um potencial transformador para enfrentar esses desafios de treinamento. “A inteligência artificial generativa já está transformando o treinamento de funcionários”, disse Graham Glass, fundador e CEO da CYPHER Learning. “Em 2024, o foco estará em reimaginar a educação com a IA no centro.”
A pesquisa da Cypher, "Inteligência Artificial Generativa em 2024: Uma Potencial Tábua de Salvação em Meio à Turbulência no Local de Trabalho", identificou a retenção de talentos, o bem-estar dos funcionários e a qualificação como preocupações críticas para os líderes de RH em 2024. Embora 65% dos entrevistados reconheçam a importância da qualificação para preencher defasagens de habilidades, faltam recursos necessários para criar materiais de treinamento relevantes. Além disso, 69% dos líderes sentem que não possuem as habilidades necessárias para aproveitar plenamente a tecnologia de IA.
Consequentemente, apenas metade dos funcionários atualmente tem acesso a oportunidades de treinamento adequadas. Muitos líderes indicaram que seus departamentos de aprendizado e desenvolvimento (L&D) poderiam facilitar a qualificação, mas iniciativas maiores de L&D frequentemente vêm acompanhadas de custos mais altos. As organizações enfrentam dificuldades contínuas em equilibrar os financiamentos para esforços que geram receita com a necessidade de cultivar uma força de trabalho qualificada. “As lacunas de habilidades dificultam a capacidade de uma empresa de inovar e competir”, afirmou Glass. “Os líderes de RH devem priorizar a retenção de talentos e oferecer treinamento abrangente para aumentar o engajamento e a satisfação no trabalho dos funcionários.”
Essas informações surgem enquanto o Fórum Econômico Mundial prevê que 2024 marcará uma “nova era de turbulência” no mercado de trabalho, impulsionada por mudanças econômicas e geopolíticas, interrupções na cadeia de suprimentos e crescentes pressões sociais e ambientais. A organização prevê que quase 25% dos empregos passarão por transformações nos próximos cinco anos, com quase metade das habilidades dos funcionários se tornando obsoletas. A Gartner antecipa que as taxas de rotatividade de funcionários podem ser de 50% a 75% superiores às normas históricas, permitindo que funcionários qualificados explorem melhores oportunidades se se sentirem desvalorizados.
A alta rotatividade não apenas gera custos de recrutamento, mas também interrompe a produtividade, a cultura do local de trabalho e a moral dos funcionários. “É amplamente reconhecido que reter os funcionários existentes é mais econômico do que contratar novos”, enfatizou Glass. Ele citou uma pesquisa anterior da Cypher que indicou que 76% dos entrevistados estão mais propensos a permanecer com empregadores que priorizam o treinamento. Além disso, 71% acreditam que empresas que não investem no desenvolvimento dos funcionários demonstram falta de preocupação com sua força de trabalho.
“Empregadores inteligentes oferecem melhores oportunidades de treinamento e avanço na carreira”, concluiu Glass. “Os funcionários desejam permanecer nas empresas que investem em seu crescimento.”
A crescente adoção da inteligência artificial generativa oferece uma solução, permitindo a criação rápida e eficiente de materiais de aprendizado diversos. Através da IA, as empresas podem desenvolver cursos personalizados, incorporando formatos variados como texto, imagens, vídeos e módulos interativos. No entanto, o relatório identifica barreiras significativas para uma adoção mais ampla. Quase 44% dos entrevistados expressaram preocupações sobre a segurança dos dados e a precisão do conteúdo gerado pela IA. Além disso, mais da metade se preocupa com a perda de empregos devido à IA, enquanto 57% estão incertos sobre como a IA pode aprimorar seus papéis.
Apesar desses desafios, 86% dos líderes de RH e empresariais relataram empregar IA em seus fluxos de trabalho para gamificar treinamentos, criar programas de desenvolvimento profissional envolventes e otimizar a criação de cursos. O foco agora é aproveitar a IA estrategicamente para transformar a experiência educacional, em vez de apenas rebatizar métodos tradicionais.
Olhando para o futuro, Glass prevê que, à medida que as empresas adotem cada vez mais a inteligência artificial generativa, veremos o surgimento de ferramentas proativas de IA que sugerem caminhos de aprendizado personalizados com base nos interesses dos usuários. “2024 marcará uma mudança em direção a uma IA que curadoria de conteúdo de forma autônoma para os usuários, aprimorando sua experiência de aprendizado”, ele previu.
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