Como a Piramidal Utiliza IA para Revelar os Segredos do Cérebro Humano

O cérebro humano permanece como uma das últimas fronteiras – uma caixa-preta paradoxal que começamos apenas a compreender. Mas e se a IA pudesse desvendar suas complexidades para identificar e diagnosticar doenças críticas?

Apresentando a Piramidal: Uma Revolução na Interpretação de Ondas Cerebrais

A Piramidal, uma startup apoiada pelo Y Combinator, está na vanguarda com um modelo de fundação único, projetado para interpretar a intrincada "linguagem cerebral" através das ondas cerebrais. Esta tecnologia inovadora tem o potencial de aprimorar diversas aplicações de eletroencefalografia (EEG) e expandir sua influência na medicina, farmacologia e produtos de consumo. A empresa acaba de garantir um investimento de 6 milhões de dólares de importantes firmas de venture capital, incluindo Y Combinator, Adverb Ventures, Lionheart Ventures e investidores-anjo de empresas como Intercom, Plangrid e Guilded.

“Estamos treinando um modelo de IA com dados de ondas cerebrais de uma maneira semelhante ao ChatGPT, que é treinado com texto,” afirmou Kris Pahuja, cofundador da Piramidal. “É o maior modelo já treinado com dados de EEG.”

Enfrentando a Escassez de Neurologistas

Atualmente, pacientes com condições relacionadas ao cérebro passam por monitoramento de EEG, mas a interpretação dos dados depende fortemente de neurologistas, um processo lento e propenso a erros, com uma margem de erro de até 30%. Pahuja destacou a aguda escassez de neurologistas nos EUA, especialmente aqueles com habilidades em interpretação de EEG. Durante os cuidados intensivos, a atividade cerebral dos pacientes é registrada por dias, mas o volume de dados torna a revisão abrangente impraticável. Os médicos frequentemente recorrem à amostragem, arriscando diagnósticos perdidos.

Os dados de EEG são notoriamente desafiadores para decifrar devido à sua alta complexidade e variabilidade. Ao contrário das imagens de MRI estáticas, as leituras de EEG flutuam rapidamente – milhares de mudanças ocorrem a cada segundo em múltiplos canais. Como Pahuja observou, até especialistas treinados podem negligenciar detalhes críticos, uma vez que muitos se concentram apenas em áreas específicas como epilepsia ou lesão cerebral.

Avanços na Análise de EEG

A Piramidal busca treinar seu modelo para rivalizar com a expertise de um neurologista especialista, analisando automaticamente as leituras de EEG em andamento. A empresa está inicialmente otimizando seu modelo para unidades de terapia intensiva neurológica, permitindo a interpretação em quase tempo real dos dados de EEG. Este avanço ajudará a equipe médica a diagnosticar rapidamente condições como convulsões, hemorragias cerebrais e outras disfunções cerebrais.

“Isso serve como um assistente vital para o médico,” enfatizou Pahuja, ressaltando o potencial para diagnósticos mais rápidos e precisos que podem acelerar o atendimento ao paciente e, em última análise, reduzir os custos de saúde.

Transformando o Diagnóstico em Neurologia

“As ondas cerebrais são críticas para o diagnóstico neurológico,” observou Dimitris Sakellariou, cofundador e CEO da Piramidal, que possui doutorado em neurociência. Ao automatizar a análise de dados e aproveitar conjuntos de dados abrangentes, a Piramidal visa aprimorar estratégias de tratamento personalizadas e facilitar previsões de doenças mais precoces. Com a popularização dos sensores de EEG sem fio, seus modelos poderão abrir caminho para agentes personalizados que monitoram continuamente a saúde cerebral.

“Esses agentes fornecerão insights em tempo real sobre as respostas dos pacientes e a progressão da doença,” acrescentou Sakellariou.

O modelo da Piramidal analisou uma variedade diversificada de casos de uso de EEG, tanto de conjuntos de dados proprietários quanto de fontes abertas, ajudando a identificar biomarcadores conhecidos e novos para diversos distúrbios neurológicos. A startup está atualmente testando sua tecnologia em hospitais da Inglaterra, nomeadamente King’s College e Saint Thomas.

Pahuja afirmou, “Ninguém mais está desenvolvendo um modelo de EEG como o nosso,” sublinhando o extenso tempo e investimento financeiro necessários para alcançar confiabilidade e generalização.

Uma Visão Além da Unidade de Terapia Intensiva

Enquanto a unidade de terapia intensiva neurológica é seu foco inicial, a tecnologia da Piramidal possui aplicações mais amplas. Pahuja observou seu potencial para uso em neurologia geral, manejo da epilepsia e neuropsiquiatria, além de em diversas clínicas médicas para triagens de pacientes. Também há aplicações significativas em farmacologia para avaliações de tratamento em tempo real e produtos de consumo que utilizam dados de EEG.

“Com o avanço da tecnologia, podemos filtrar o ruído,” explicou.

Olhando para o futuro, Sakellariou imagina um cenário onde dispositivos do dia a dia, como fones de ouvido com sensores neurais, permitam uma “introspecção quantificada.” Isso poderia permitir que indivíduos acompanhassem níveis de estresse, aprimorassem técnicas de meditação ou otimizassem a aprendizagem através de estímulos auditivos direcionados durante estágios específicos do sono.

“Agentes personalizados apoiados por modelos em larga escala como o nosso tornarão isso possível,” declarou.

Pahuja descreveu a neurotecnologia como a próxima fronteira, enfatizando a complexidade do cérebro e a necessidade urgente de decifrar seus sinais. "A coisa mais intrincada que temos é nosso cérebro, e ainda é em grande parte inexplorado. Podemos encontrar uma maneira de decifrar seus mistérios?"

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